“Uma nova droga está nas ruas. Todos estão comentando. Death. Tome-a, e você terá uma semana incrível de vida. Será o seu ponto mais alto. Pelo preço mais alto. Adam está tentado. A vida é uma droga; sua namorada lhe deu o fora, seu irmão está morto. O que ele tem a perder? Na verdade, tudo. Cabe à sua namorada, Lizzie, mostrar a ele…”
Imagine uma droga que oferece uma semana perfeita com energia, saúde, vitalidade, confiança, euforia, sensação de poder… mas depois você morre. Subitamente, inevitavelmente.
O livro de Melvin Burgess conta a história de Adam, um adolescente que se vê frente à decisão de tomar ou não Death, a droga em questão, criada para oferecer a doentes terminais uma semana com qualidade de vida antes do inevitável fim.
A história começa em um show de rock em Manchester, Inglaterra. O artista, Jimmy Earle, havia anunciado que tomara a droga e em sua última semana de vida, especulava-se se isso seria verdade e se ele teria cumprido sua “lista do balde” (bucket list ou lista das “botas”, as coisas que você quer fazer antes de morrer). Jimmy morre durante o show, no palco, e logo em seguida explodem tumultos, protestos, vandalismos, saques, e a própria estabilidade do governo é ameaçada. Os Zealots, um grupo de rebeldes revolucionários, aproveitam a confusão generalizada para coordenar uma futura revolução.
Adam e sua amiga/namorada Lizzie assistem a tudo aquilo fascinados; nos próximos dias, Adam descobre que seu irmão mais velho e único ganha-pão da família está morto, Lizzie lhe deu o fora e ele não tem perspectiva nenhuma para o futuro. Uma semana gloriosa com Death parece melhor que enfrentar a dura realidade.
“Adam leaned into the mirror and grinned at himself. Despoite the life that was fizzing inside him, his face looked back at him like a grinningdeath’s head. He stared in horror for a moment, then flung himself back into action. He put on his clothes and hurried downstairs. He had to keep moving, he had to keep going. But as he vaulted down the last three, he felt a hard, hot little fizz burrowing its way round his stomach. What wa that…?
It was fear. Fear that he’d thrown away his one golden gateway into this stunning, unnacountable universe. Even now, when the drug was at its height inside him, flling his senses with love and joy, there was despair as well. It was part of the deal. Adam stood at the bottom of the stairs and panted with terror as he thought of how much he had thrown away.
There’s no antidote, he thought. Don’t waste time even worrying about it. No regrets! He swung round the banister and into the kitchen. Don’t think, just live. That was what life was all about. That was what life had always been about, if only he’d had the courage. Well, now he had no choice.
Don’t think. Don’t care. Just do.” (página 91)
A partir daí a tensão e a ação vão só aumentando, com gângsteres, violência, espancamentos (o autor não tem mesmo dó dos seus personagens), mutilação, perseguições de carros, fugas, uma corrida contra o tempo e a pergunta: existe um antídoto para Death?
Apesar de alguns deus-ex-machina que enfraquecem um pouco a trama, este é um bom livro de ação e uma leitura interessante. Como os personagens principais são adolescentes, suas escolhas, listas e decisões também são precipitadas e imaturas, mas isso não chega a estragar a história. Dá para imaginar um filme baseado no livro, e seria bem bom.
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Ficha:
The Hit
Melvin Burgess
Chicken House Publishing, 2013, 304 páginas
Para saber mais:
- Resenha do livro – The Guardian
– Resenha do livro – The Telegraph
– Página do livro no Goodreads
Para comprar:
- Livro em inglês no The Book Depository (paperback)